O cateto (Pecari tajacu) é um suiforme da família Tayassuidae pertencente à fauna silvestre brasileira. Considerando a escassez na literatura sobre os ramos colaterais aórticos desta espécie e que a descrição morfológica traz valiosos conhecimentos e contribuições, que podem ser aplicadas na clínica e em intervenções cirúrgicas, objetivou-se descrever sobre os ramos que derivam da aorta em catetos, estabelecendo, assim, o padrão anatômico de distribuição vascular arterial. Foram utilizados 4 animais jovens, machos, provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS/UFERSA) em consonância com o ICMBio (protocolo n° 64864-1) e seguindo recomendações da CEUA (parecer n° 20/2019). Os animais foram eutanasiados com injeção de cloreto de potássio (2,56 mEq/ml), após anestesia com cetamina (20mg/kg IM) e xilazina (2mg/kg IM). Uma incisão medial da região cervical possibilitou a canulação da artéria carótida comum esquerda e posterior infusão de formaldeído a 10%. As peças também foram imersas em formaldeído a 10%, concluindo a fixação após 72 horas. Os animais foram dissecados por meio de incisões no plano médio-ventral no sentido cranio-caudal, onde, in situ, realizou-se as análises morfológicas macroscópicas por meio da visualização dos ramos aórticos e seu padrão de distribuição vascular aos órgãos, sendo documentado mediante fotografias e desenhos esquemáticos. O arco aórtico emitiu o tronco braquiocefálico e a artéria subclávia esquerda. A partir do tronco braquiocefálico emergiu a artéria subclávia direita, esta emitiu 2 ramos simétricos: o tronco costocervical direito e a artéria vertebral direita. Após emitir a artéria subclávia direita, o tronco braquiocefálico deu origem ao tronco bicarotídeo, que se bifurcou nas artérias carótidas comuns, esquerda e direita. A subclávia esquerda emitiu três ramos: o tronco costocervical esquerdo, do qual houve a ramificação da artéria vertebral esquerda; artéria cervical profunda e artéria torácica interna. A aorta seguiu na região como torácica, emitindo quinze pares simétricos de artérias intercostais dorsais. Após transpassar o hiato aórtico no diafragma, a aorta abdominal emitiu seu primeiro ramo, a artéria celíaca, que se bifurca em artéria esplênica e em um tronco do qual se originam as seguintes artérias: gástrica, que apresenta uma bifurcação imediata, e artéria hepática. Em seguida, a aorta abdominal emite os seguintes ramos colaterais: artéria mesentérica cranial; artérias renais, esquerda e direita, simetricamente, e artéria mesentérica caudal, que realiza um retorno cranioventralmente e se dirige à prega mesentérica do jejuno. Depois da emissão da mesentérica caudal, a aorta abdominal dá origem a duas artérias ilíacas externas (direita e esquerda) e se prolonga como ramo terminal da aorta, de onde bifurcam-se as artérias ilíacas internas (direita e esquerda), e cada uma destas emite um ramo vesical, terminando na bexiga. As ilíacas externas emitem medialmente as artérias femorais profundas e a partir deste ramo emitido, as ilíacas externas seguem como artérias femorais. Foi possível observar que os animais apresentam um padrão de distribuição semelhante a espécies domésticas, como o suíno, e variações não foram notadas no estudo.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas